terça-feira, 27 de setembro de 2011

Catástrofe no Japão


Atualmente estão ocorrendo terremotos e tsunamis com mais frequência no mundo, alguns passam despercebidos, porém outros provocam grandes catástrofes, como por exemplo, o que aconteceu no Japão.

Ocorrido no dia 11/03/2011 às 2h46min de Brasília, um terremoto de magnitude 8,9 na escala Richter ocasionou um tsunami com ondas de até 10 metros, que devastou parte da costa norte do Japão, foi um dos mais fortes já registrados no mundo e o mais intenso a abalar o país em menos de 140 anos. Apenas na cidade de Minamisoma, no distrito de Fukushima, 1,8 mil casas foram destruídas.


Tal catástrofe exigiu esforços jamais vistos antes. Foi o maior terremoto no Japão desde que os mesmos começaram a ser registrados, há 140 anos, e o sétimo pior da história. Diante de milhares de pessoas desaparecidas, e milhares de pessoas mortas, por volta de 250 mil pessoas tiveram que sair de seus lares e viverem em abrigos temporários disponibilizados pelo governo. As autoridades Japonesas calculam que precisarão de no mínimo dez anos para a reconstrução de tudo o que foi perdido no tsunami ocorrido. As autoridades japonesas calculam que nestes próximos dez anos, terá que ser investido por volta de 23 trilhões de ienes para o projeto de reconstrução ser realizado com sucesso.

Sobre este ocorrido, são apresentados em tópicos os detalhes da tragédia sofrida há pouco mais de cinco meses, neste ano de 2011.

A economia japonesa sofreu grande impacto, devido à necessidade de reconstrução das áreas afetadas e de assistência à população. Muitas fábricas e campos de agricultura tiveram de parar a produção por ventura dos estragos causados, não só pelo tsunami, mas também pelas explosões da Usina Nuclear de Fukushima. Houve necessidade de importação de produtos que antes não era necessária, acarretando mais gastos. Devido ao acidente nuclear, plantações foram expostas a altos níveis de radiação, portanto os agricultores foram obrigados a destruir seus cultivos e aguardar até que o nível de radiação fosse aceitável e que suas indenizações fossem devidamente pagas.

 Depois da catástrofe, criou-se uma polêmica muito grande em torno da questão de se usar usinas nucleares para obtenção de energia. Por mais que seja considerada a fonte de energia mais limpa e que não ocupa tanto espaço, qualquer erro ou acidente pode ocasionar grandes desastres de magnitude global. O choque do acidente ocorrido no Japão provocou uma conscientização de vários países que se utilizam da energia, para repensarem se seu uso é realmente necessário, como é o caso da Alemanha.


Muitas pessoas tentaram deixar o país, lotando aeroportos e fronteiras. Companhias aéreas cancelaram muitos vôos por medo de ocorrência de novos acidentes naturais e por medo da radiação excessiva que fosse transportada através das pessoas. Os estrangeiros que passavam férias ou viajavam a negócios no Japão tiveram dificuldades para voltar aos seus respectivos países de origem.

Hoje em dia, o Japão ainda enfrenta algumas conseqüências da catástrofe, porém já foi reconstruída grande parte do território devastado pelo terremoto e tsunami. A radiação emitida ainda gera problemas para a população e ecossistema, mas a economia já obteve uma grande recuperação.

Sobre o acontecimento com o reator nuclear na Usina de Fukushima, há a seguinte breve explicação: em um reator, ocorrem as fissões nucleares do urânio, processo que gera calor, vapor e, na seqüência, energia elétrica. Para não superaquecer, esse reator é refrigerado constantemente por um sistema à água.  Esse sistema de refrigeração depende de eletricidade (que vem de fora da usina) para funcionar. 

 Se a energia é cortada por algum motivo (como o blecaute provocado pelo terremoto), o resfriamento pára de acontecer, a pressão e a temperatura dentro do reator sobem constantemente, e o núcleo do reator pode derreter. As barras de urânio também podem derreter, gerando gás e líquidos radioativos. Se o núcleo do reator derrete, o liquido e o gás, radioativos, vazam dentro de um contêiner maior. Se esse contêiner é danificado, há contaminação do meio ambiente.

O complexo foi danificado pelo forte terremoto de 8,9 graus que atingiu o país no dia 11 de março de 2011. Desde o terremoto, os prédios que abrigavam os reatores 1 e 3 explodiram por causa da alta concentração de hidrogênio. Depois, a emergência se instalou também no reator número 2, que corria risco de explodir a qualquer momento.

Os técnicos da usina tentaram, desesperadamente, inundar o núcleo com água do mar para esfriar seu núcleo e evitar o derretimento das varetas radioativas, o que provocaria uma explosão catastrófica, que atingiria o planeta inteiro com radiação.

Os terremotos são explicados através do nome de abalos sísmicos, e podem ser formados por muitos fatores, entre eles, há atividade vulcânica, falhas geológicas e o mais conhecido, o encontro de placas tectônicas.

Os terremotos acontecem na superfície terrestre; conforme a teoria da Deriva Continental, a crosta terrestre é uma camada rochosa, formada por muitos blocos (placas tectônicas ou litosféricas) que estão em constante movimento, podendo se afastar ou aproximar. Quando acontece a aproximação, ocorre um choque entre estas diferentes placas, o que forma o acúmulo de pressão e descarga de energia, que se propaga em formas de ondas símicas.

No acontecimento do Japão, além dos terremotos, ocorreram tsunamis. Estes são formados por terremotos submarinos e acontecem principalmente das zonas de fortes movimentos tectônicos. A onda tem origem do choque sísmico de cima para baixo da massa oceânica, tem várias centenas de metros de espessura e ganha energia toda vez que bate contra o solo submarino. Durante sua propagação no mar, a onda perde pouca energia e com isto, pode percorrer grandes distâncias, destruindo lugares situados a milhares e quilômetros de sua origem, como aconteceu no caso do Japão, onde a onda percorreu muitos quilômetros para atingir o arquipélago japonês.

O Japão, em função de estar localizado sobre a junção de duas placas tectônicas, é constantemente assolado por terremotos. Estas placas recobrem toda a superfície terrestre e movimentam-se com o passar do tempo. Esta movimentação dá origem a terremotos e vulcões nas regiões próximas às fendas. Terremotos no Japão ocorrem com muita freqüência, pois a maior parte não é perceptível e assim tornando o histórico de terremotos e tsunamis no país muito grande. No Japão já se registrou, num único fim de semana, uma cadeia de mais de 200 terremotos de intensidade leve e moderada. Muitos japoneses consideram este fato como uma característica "normal" de seu país.

Dentre os inúmeros terremotos e tsunamis enfrentados pelo país podemos destacar dois deles que tiveram magnitudes imensas e ficarão marcados na história do país. Estes são um devastador tsunami que ocorreu na ilha de Hokkaido no Japão, em 12 de julho de 1993, como resultado de um terremoto, resultando na morte de mais de 200 pessoas na ilha. Outro foi o terremoto de Kobe, no Japão, ocorrido em 17 de janeiro de 1995 e que foi considerado "o pior dos últimos 70 anos", apresentou uma magnitude de 7,2 graus na escala Richter.  Começou na madrugada do dia anterior e atingiu a região central do país. Localizada a poucos quilômetros do epicentro do terremoto, a cidade de Kobe foi a mais atingida.

Em função dos inúmeros terremotos que o país já enfrentou, o governo se preocupa em sempre inovar técnicas cada vez mais eficientes para que os abalos possam ser percebidos o quanto antes e assim alertar a população, visando sempre em ter o menor prejuízo possível. Podemos perceber essa questão com o período pós-terremoto que o Japão está enfrentando neste ano, no qual mesmo tendo destruído várias cidades, já que a escala do terremoto foi de 8,9 graus de magnitude. O programa de recuperação que está sendo feito é muito eficiente e mesmo após poucos meses do abalo, o país já conseguiu reerguer boa parte das suas cidades destruídas. Esta situação pode servir de exemplo para vários países que sofrem ou já sofreram os mesmos tipos de catástrofes, como a Indonésia por exemplo, e pode exibir uma situação em que investir na tecnologia para evitar quaisquer tipos de situações em que a população é pega desprevenida, agravando prejuízos extremamente altos e difíceis de serem reparados no tempo necessário.

 O terremoto no Japão causou repercussão ao redor do mundo, fazendo com que economistas do mundo inteiro avaliassem o que aconteceria com a economia do Japão e de países que mantinham relações econômicas com o mesmo. Em seqüência, haveria interrupção da produção, interrupção da cadeia de abastecimento e queda do consumo; O Japão é um fornecedor de dispositivos eletrônicos de importância internacional, e muitos Estados dependem dessas peças, que não podem ser substituídas tão rapidamente.

 O economista Jürgen Matthes, do instituto da Economia Alemã (IW), à época acreditava que os chineses deveriam ser os mais afetados. Segundo ele, 20% das mercadorias produzidas no Japão tem como destino de exportação a China, onde são processadas e vendidas para diversos países. Com isso, de acordo com o economista-chefe do Unicredit, Andréas Rees, o banco central da China já aumentara significativamente as taxas de juro, de compulsório e de juros para empréstimos, sendo que a China é uma chave para a economia real.

Enquanto os efeitos concretos do terremoto já estavam sendo avaliados, os efeitos psicológicos já estavam sendo sentidos. As imagens Mostradas em televisão e Internet da catástrofe japonesa sensibilizaram muitos ao redor do globo, causando insegurança naqueles que mantinham negócios, e dinheiro, investidos no Japão, exigindo mais cautela por parte de consumidores.

A recuperação do Japão contou com poupança interna, empréstimos no exterior e emissão de novos títulos. O Japão, por já ter enfrentado muitos desastres, tais como mais de vinte terremotos, uma grande guerra e duas bombas atômicas em menos de cem anos, era preparado para outra grande catástrofe. Portanto, as perspectivas não foram muito pessimistas, apesar das previsões econômicas para os meses seguintes. Segundo os bancos internacionais pelo mundo inteiro, a catástrofe foi estimada em 200 bi de dólares, sendo incluídos estradas, pontes, portos e aeroportos - os quais exigiriam reconstrução total.

O governo japonês, no entanto, se descobriu em estado de atenção quanto ao financiamento destas áreas atingidas, por causa do momento em que se achava sua economia. O país enfrentava a maior dívida pública entre todos os países do globo. Logo, as soluções que se achavam coerentes para que houvesse a famosa “volta por cima” dos japoneses seriam: o aumento da dívida pública, já que cerca de 95% dos títulos de investimentos japoneses estariam nas mãos de investidores do próprio país, o que faz com que a população seja a grande financiadora da dívida japonesa, logo caso o país emitisse novos títulos para captar recursos para a reconstrução, tais papéis deveriam ser absorvidos pelos próprios japoneses. O aumento da dívida pública não seria bem visto pelo mercado, pois levaria o Japão a uma situação fiscal pior ainda, mas seria em curto prazo já que a reerguida do país não seria eterna. As captações do exterior também se classificam como uma das soluções para a recuperação do Japão, já que o país não deveria ter dificuldades em obter empréstimos no mercado internacional. Mesmo que isso seria contrário à política antiendividamento externo adotada pelo governo japonês. O mais provável seria que o país vendesse alguns dos milhares de títulos do tesouro americano que possuía para se capitalizar. A importância da sociedade foi fundamental para a reerguida do país ao longo dos últimos meses, até porque a região afetada pelo terremoto não é o principal motor produtivo do Japão e também porque a capacidade de mobilização da cultura japonesa é fundamental.
Na cultura japonesa á um forte pensamento de responsabilidade entre as pessoas e os deveres públicos e sociais, ao contrário do individualismo do Ocidente, de acordo com o filósofo Takeshi Umehara. Tal componente cultural está diretamente ligado ao fato de os japoneses investirem seus recursos em títulos de pouca remuneração, mas cientes de que isso ajudará na economia nacional. Há uma memória coletiva presente em sua cultura, devido ao fato de serem uma sociedade milenar que se desenvolveu em meio à escassez e pobreza ao longo do tempo.

A mobilização de governos dos EUA e UE, por exemplo, para a ajuda financeira na questão da reconstrução do país japonês também foi de grande importância. O presidente Obama, ao saber da tragédia japonesa, se comprometeu a auxiliar o povo japonês na grande perda que houve no dia 11 de março de 2011. Os dirigentes dos 27 países da União Européia também prometeram mobilizar ajuda para o Japão. Comunidades nipo-brasileiras também ofereceram ajuda ao país, sendo esta oficializada em reunião com o cônsul-geral do Japão em São Paulo. Uma carta, enviada ao Cônsul Kazuaki Obe, prestava condolências e ajuda que fosse necessária, assinada pela Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social, a Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil, a Beneficência Nipo-Brasileira de São Paulo, A Aliança Cultural Brasil-Japão e a Câmara de Comércio de Indústria Brasil-Japão. As entidades também divulgaram na carta, dados de contas correntes em que poderiam ser depositadas doações ao Japão.

Não só ajuda financeira, mas assistência social e ajuda no resgate das vítimas do tsunami e do terremoto também foram enviados por diversos países para o Japão. A Organização das Nações Unidas se inclui entre os vários grupos de auxílio à catástrofe do Japão, enviando especialistas para a questão da Usina Nuclear que corria risco de explosão e catástrofe de ordem global. Uma explosão arrebentara o telhado de um instável reator nuclear japonês no dia seguinte ao tsunami, elevando temores de um derretimento desastroso da usina. O secretário-chefe do gabinete japonês, Yukio Edano, afirmou ter havido um vazamento radioativo na usina nuclear de Fukushima Daiichi, operada pela Tokyo Electric Power Co (Tepco). A ONU, pouco tempo após o desastre, anunciou a ida de grupos de resgate vindos da Austrália, Nova Zelândia, Coréia do Sul e EUA. Cingapura, Suíça e Grã-Bretanha também participaram da ajuda e auxílio de resgate no país.

A Onu também deixou em alerta especialistas da OMS, Agência Internacional de energia atômica (AIEA) e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). A OMS, por questão de segurança, solicitou, em conjunto com o governo japonês, uma série de cuidados em relação à produção e consumo de alimentos no país, já que havia vazamento de radiação. Produtos como água e leite foram contaminados pela radiação liberada nas explosões e vazamentos nucleares.
Passados pouco mais de cinco meses desde o terremoto catastrófico no Japão, a economia do país já mostra sinais de recuperação, segundo o FMI. A economia japonesa provavelmente vai mostrar uma contração de 0,7% em 2011 em razão dos prejuízos registrados no primeiro semestre, especialmente no setor de manufatura. No entanto, o crescimento deverá se recuperar para 2,9% em 2012, estimou o fundo.

Passados pouco mais de cinco meses desde o terremoto catastrófico no Japão, a economia do país já mostra sinais de recuperação, segundo o FMI. A economia japonesa provavelmente vai mostrar uma contração de 0,7% em 2011 em razão dos prejuízos registrados no primeiro semestre, especialmente no setor de manufatura. No entanto, o crescimento deverá se recuperar para 2,9% em 2012, estimou o fundo.
 No entanto o FMI alertou que as incertezas com relação à perspectiva para o país está curiosamente grande.  Ainda há possíveis atrasos na restauração da energia, incluindo a gerada pelas usinas nucleares afetadas pela catástrofe, e há potencial para uma demanda fraca prolongada.
 Dados os riscos para a economia, as autoridades deveriam manter as medidas de estímulo de curto prazo, afirma o FMI. Os diretores da instituição apóiam "um orçamento suplementar de tamanho considerável e bem direcionado que dependa principalmente de novas medidas fiscais, em razão do espaço limitado para mais cortes de gastos e da necessidade de limitar as emissões de bônus do governo". O FMI recomendou um aumento no imposto sobre consumo para entre 7% e 8% em 2012, e de 5% atualmente.
 As redes sociais, á época da tragédia, teve grande importância quanto à conscientização das pessoas em relação ao que acontecia na península asiática e também na disseminação de pedidos de ajuda e divulgação de bancos para doação pelo mundo todo.
 Hoje já se observa uma grande melhoria do país e espera-se que a reconstrução total não tarde em acontecer. Foi uma verdadeira vitória o que já foi realizado até agora, não só pelos japoneses, mas também pelas pessoas que ajudaram ao redor do mundo.






Aline Ribeiro Martin, n 02. Ana Carolina de Sa Rodrigues, n 03. Luciana Rodrigues Teixeira Kon Beu So, n 23. Marcia Kelly Souza de Oliveira Macedo, n 24. Mariane Fontao Kassab, n 25. Victoria Jorge Rodrigues, n 32.